segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

UNITA, Portugal, MPLA e o Jornal de Angola

Pois que acabo de ler o editorial de hoje do J.A assinado por José Ribeiro e mais uma vez percebo o longo caminho que a História tem a fazer neste meu país.
É evidente, e nem estou contra isso, que cada um tem a sua opinião, mas não é bom quando um jornal diário lido por todos os angolanos contenha este tipo de escrita e ainda mais pelo punho do seu director.
Coisas como : "O pesadelo da guerra terminou com a morte de Jonas Savimbi, o traidor da Pátria angolana até ao fim dos seus dias." ou " Jonas Savimbi e a UNITA foram agentes das autoridades coloniais portuguesas, que armaram, municiaram e financiaram as suas operações para impedir a libertação de Angola." devem ser afirmadas com cautela.
Não conheço nenhum império que tenha visto com bons olhos a perda de territórios colonizados, logo nunca os portugueses aceitariam deixar Angola com um sorriso no rosto.
O mais engraçado neste artigo de opinião é o ataque cerrado a Savimbi, Unita, imprensa portuguesa e seus dirigentes mas parece-me que quem o escreve sofre de algum tipo de dificuldade oftalmológica pois quando afirma que: "Por continuar ainda hoje, décadas depois da independência, a perseguição aos interesses de Angola em Portugal, soa mal e gera muita desconfiança quando vem a Luanda um ministro do governo de Lisboa afiançar que a amizade entre Portugal e Angola continua de pé e os investimentos angolanos são “bem vindos” em Portugal. Já começamos a acreditar que isso não é sincero. Mesmo quando o portador da mensagem é Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que é líder de um partido que nunca escondeu a sua simpatia por Jonas Savimbi e que foi director de um jornal, “O Independente”, que tanta desinformação verteu para a opinião pública sobre a nossa realidade.
Hoje Paulo Portas é um grande amigo de Angola e está a ser lançado para liderar a direita portuguesa em caso de as coisas correrem mal à actual coligação, o que mostra que é possível, afinal de contas, um entendimento com Portugal, se calhar igual ao Entendimento do Luena, para que se ponha fim, de uma vez por todas, às guerras e guerrinhas portuguesas contra Angola
"
Esquece-se que quem está a aprofundar as relações luso-angolanas é o partido no poder e caso esteja errada quem tem maior assento parlamentar é o MPLA.
Não podemos olhar para a história só pelo lado que convém, não podemos criticar levianamente. A imparcialidade é um exercício árduo e que nem sempre dá fruto. Contudo é isto que esperamos de um Jornal nacional que chega a todos e que é lido por todos assim temos que dar razão quando vozes criticas se levantam e dizem que o JA e a TPA servem os interesses do governo....

3 comentários:

  1. Gente, que absurdo! É a segunda vez que leio sobre esse artigo hoje, e ainda fico em choque! Que imprensa é essa? Que educação teve esta pessoa para achar que é normal publicar um texto tão sem fundamento como este? Em qualquer outro país, isso significaria grandes processos. Triste!

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  2. Olá querida,

    Grande é a responsabilidade dos veículos de comunicação. Devem primar pela verdade e pela imparcialidade, conforme você muito bem salienta.

    Beijo.

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  3. Minhas queridas,
    fiquei pasmada depois de ler o dito cujo artigo, são coisas inconcebíveis mas relativizando pela negativa "isto é Angola".
    Algum dia conseguiremos mudar :)

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