quinta-feira, 20 de março de 2014

Zungueiras

Em Angola dá-se uma grande importância ao mês de Março, é Março mulher para aqui e para acolá.
A nossa sociedade é essencialmente matriarcal, as mulheres têm um grande peso em tudo o que diz respeito á vida familiar, cuidam dos filhos, dos maridos, da casa, trabalham, cartam água (cartar água é andar com baldes na cabeça uma vez que em muitas casas não existe sistema canalizado).
Este esforço e dedicação é muitas vezes personificado na zungueira, uma mulher que caminha kilómetros vendendo de tudo, insecticidas, pratos, material em plástico, roupa, guardanapos e papel higiénico, comida, etc. Muitas vezes com os filhos ás costas e aquilo que ganham serve para alimentar as outras bocas que as esperam em casa.
Estas senhoras são alvo de constantes perseguições dos fiscais provinciais, que as prendem confiscam as suas coisas e as devolvem mediante uma gasosinha, alguns destes seres até são casados com zungueiras....
Sexta-feira passada neste país em que nasci assistimos a um encontro entre zungueiras, roboteiros (meninos que têm carrinhos de mão em madeira e carregam mercadorias) e outros vendedores ambulantes com o governador de Luanda. Esperava-se um debate sobre o problema da venda ambulante que bem vistas as coisas não facilita em nada a vida dos citadinos, mas como isto é Angola o que tivemos foi aquela chuinga(pastilha) do costume, ou seja, multas perdoadas, inquérito aos membros prevaricadores da fiscalização e povo aparentemente feliz e contente.
Em sítios sérios o que se discute é a razão destas pessoas andarem para cima e para baixo, faz-se um enquadramento social, tentam encontrar-se soluções. Muitos vendedores ambulantes argumentam que andam na rua pois se ficarem em mercados as pessoas não lá vão e eles perdem dinheiro. Mas se as pessoas souberem que para comprar alguma coisa têm que lá ir não se termina esta coisa de venda á beira da estrada e em sítios insalubres?
Que tal deixar-mo-nos de demagogias e passarmos a ver as coisas como elas são.... 

sexta-feira, 14 de março de 2014

Recomeçar

Sim estou por aqui, com trabalho até ao pescoço e de regresso ao issue organização.
Li um texto da Thaís do Vida Organizada e bateu fundo. É preciso recomeçar, organizar-me e viver sem estar sempre em cima da ponta da navalha, para incertezas já me bastam as faltas de águas e luzes, as chuvas que há vários anos que caem congestionam e destroem tudo.
Filhote á maneira, companheiro com planos de viagem, parece-me que teremos uma temporada sem papá, estou ainda a tentar perceber se é bom ou mau.
Até já!