No Dicionário Moderno da Língua Portuguesa Predador é algo ou alguém que vive de
presas e parece-nos bem classificar as pessoas envolvidas em casos marcantes da
nossa sociedade nas últimas semanas como predadores.
Porque só pode ser predador alguém que conduz um transporte
escolar e das inúmeras viagens já feitas escolhe uma aluna indefesa para
violar, pois é a última a ser posta em casa…
Predador é também um padrasto que abusa repetidamente do
enteado dos 4 aos 6 anos sabendo que é seropositivo e que depois de descoberto
justifica-se dizendo que fez tal acção pois foi “buscar feitiço a Cabinda para
ser rico sendo a transgressão o recomendado para a mezinha surtir efeito”
E o que dizer então dos professores que assediam
descaradamente alunas em salas de aulas levando a que as mesmas com laivos de
astúcia gravem os assédios para poder denunciar sem que duvidem das suas
afirmações.
Não, não estamos no fim dos dias nem sequer próximo a eles,
o que verificamos é o crescimento de casos de pedofilia entre nós,
provavelmente já existiriam anteriormente mas com a mediatização começamos a
tomar consciência de que estes predadores exercendo funções de protecção estão
à solta e que nós, habituados a pensar que “O Mais velho” quer seja pai, tio,
avô ou primo deve ser respeitado, não desconfiamos de determinadas atitudes que
poderão parecer suspeitas a olhos mais receosos.
A Pedofilia é uma desordem mental classificada assim quando
a pessoa que sofre com a patologia causa danos a outros ou a si mesmo, quando
isso não acontece investigadores tratam-na como uma orientação sexual.
“De acordo com o novo
sistema norte-americano de classificação psiquiátrica, um distúrbio pedófilo
existe quando uma pessoa tem uma orientação sexual direccionada às crianças e a
vivência, ou sofre com o facto de ter essa orientação sexual" como
afirma Jorge Ponseti investigador na Clinica Universitária de
Schleswig-Holstein (UKSH), em Kiel, na Alemanha.
Um estudo elaborado pela (UKSH) no ano passado mostra que é
possível identificar cidadãos pedófilos com recurso a ressonância magnética ao
cérebro e que os mesmos têm um coeficiente de inteligência com cerca de oito
pontos abaixo da média, outro ponto interessante é que o QI do criminoso sexual
está relacionado com a idade da vítima ou seja quanto mais baixo o coeficiente
de inteligência menor a idade da criança abusada.
Para as pessoas com este distúrbio o centro de recompensa
cerebral é activado quando visualizam imagens de crianças, os estudos feitos
por esta instituição germânica conseguem identificar pedófilos, mas não
explicar o porquê da doença.
É importante ressaltar que muitos dos que sofrem com estes
instintos mas não cometem crimes não sendo o caso dos que passam a barreira.
Estarão as nossas crianças seguras? Neste ritmo alucinante
em que vivemos onde as deixamos ao cuidado de terceiros ou em alguns casos á
sua própria sorte.
Seremos demasiado desconfiados ou cautelosos se começarmos a
questionar ofertas em dinheiro ou guloseimas aos nossos petizes?
Temos meios de apoio para as crianças vítimas destes
traumas?
E estamos realmente preparados para encarar estes distúrbios
mentais como algo interno ou continuaremos a justifcar estas acções como coisas
vindas do exterior?
Talvez comece a ser altura de “Jikulumesu” e em conjunto
iniciarmos um debate aberto sobre de que forma vivenciamos a vida das nossas
crianças.
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