Estamos preocupados, muito
preocupados, acordamos saímos de casa e deparamo-nos com LIXO aquele que é
feito diariamente nas nossas casas, aquele que pode causar doenças, que atrai
roedores e cheiros nauseabundos.
Já passamos a fase da “selfie” no
lixo como forma de protesto ou de chamar a atenção para uma situação que começa
a ser preocupante e se nada fizermos vamos resignar-nos a que nos venham buscar
o lixo de dois em dois dias ou sabe-se lá quando.
Entre aquisição de novos meios
para recolha, passagem de responsabilidade para as Administrações Municipais em
que ponto estamos?
Ouvia há dias um pronunciamento
de um responsável da Elisal que dizia que as novas empresas com o encargo da
recolha de resíduos sólidos estavam também “constrangidas” pelas dificuldades
de aquisição de divisas para pagamento/desalfandegamento dos meios que irão
utilizar e por isso estes obstáculos no arranque dos trabalhos e eu uma leiga
nestes assuntos de constituição de empresas e gestão pergunto-me, mas isso não
deveria já ter sido assegurado?
A verdade é que faz espécie andar
pelas ruas da capital e verificar os montes e montanhas de lixo pelos cantos e
que urge encontrar uma solução, mas parece-me também que há uma necessidade de
educar o cidadão no que diz respeito à forma como acondiciona o lixo que
produz. Gosto de passar por determinados sítios e verificar que existem
depósitos para reciclagem de lixo, não gosto tanto que estes se encontrem
fechados e sem uso.
O conceito de reciclagem é
simples: algo que não tem mais utilidade é transformado novamente em
matéria-prima para que se forme um item igual ou sem relação com o anterior
podendo ser feito de várias maneiras.
É preciso reforçar o aprendizado
para a reciclagem, explicar que pacotes de sumo ou leite podem ser depois de
consumidos espalmados, que caixas de electrodomésticos também.
Que separar o vidro, plástico,
metal ou componentes electrónicos ajudam à própria preservação ambiental e
poderão gerar postos de trabalho.
Desde que o mundo é mundo que nós
seres humanos produzimos lixo, no período Paleolítico em que eramos nómadas
fomos deixando os nossos restos nos acampamentos. Ao tornar-nos sedentários constituindo
comunidades fixas fomos aumentando a nossa produção de resíduos.
De acordo com um estudo da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a civilização Hindu já dispunha de um
sistema de esgoto, além da pavimentação das ruas.
Na Idade Média, sabe-se que
várias cidades italianas tinham normas para o destino de objectos e carcaças de
animais, assim como a eliminação de águas paradas e a proibição de lixo e fezes
nos espaços comuns.
Foi também na Idade Média que
surgiram os primeiros serviços de recolha de lixo. Inicialmente, prestados por
particulares e aquando da sua impossibilidade optava-se pelo serviço público –exercido
por carrascos da cidade e os seus auxiliares, tendo muitas vezes a ajuda de
prostitutas.
Porém, na segunda metade do
século XIX, com a Revolução Industrial, houve um aumento significativo na
produção de lixo, causando graves impactos sanitários. Foi necessário pensar em
novas medidas para amenizar a complicada situação dos bairros operários e
também dos bairros nobres. Dizia-se que Londres era nauseabunda.
Só no século XX à preocupação com
todos os resíduos sólidos junta-se o problema do que fazer com eles criando-se
assim o conceito de separação e reaproveitamento do lixo de forma a preservar o
meio ambiente e vidas humanas.
Estamos preocupados, muito
preocupados e esperamos ver resolvido o problema do lixo em Luanda.
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