segunda-feira, 8 de junho de 2015

Corão, Estado Islâmico e Crenças- Crónica O País de 5 de Junho



Alcorão ou Corão é o livro sagrado do Islão a palavra deriva de um verbo árabe que significa declamar ou recitar; o Corão é portanto algo que deve ser recitado.
Os muçulmanos creem que o Alcorão é a palavra de Deus (Alá) revelada ao profeta Maomé ao longo de um período de vinte e três anos.
O livro descreve as origens do Universo, o Homem e as suas relações entre si e o Criador. Define leis para a sociedade, moralidade, economia e muitos outros assuntos. Foi escrito com o intuito de ser recitado e memorizado, os islamitas consideram o Alcorão sagrado e inviolável.
Esta breve explicação sobre o que é o Corão não nos cria sentimento algum de receio, pois efectivamente na sua essência nada existe para ter medo, um texto poderá ter diversas interpretações, pois tudo depende daquilo que consideramos como sendo “verdades” e o campo religioso estará sempre pautado por areias movediças, pois não é de agora que em nome de um Deus maior se cometem atrocidades…
Quem são? E o que quer? Este grupo denominado Estado Islâmico visto por alguns como terrorista mas que leva jovens inaptados fora do oriente a deixar o seu lar e ingressar as fileiras do seu “exército”
O Estado Islâmico também conhecido como Daesh ou ISIS é um grupo radical Sunita criado a partir do braço iraquiano da Al-Qaeda, segue uma interpretação radical do corão e tem uma visão antixiita. A sharia, lei islâmica, é seguida de forma rígida e práticas como a decapitação de inimigos e a pena de morte para homossexuais são comuns. Controla áreas do Iraque e da Síria.
Este grupo tem a sua origem nas práticas terroristas da Al-Qaeda, mas desenvolveu as suas próprias regras, a apropriação de territórios e a formação de um Califado levaram à cisão.
A vida no Califado é baseada na sharia e bastante rígida, um motivo que poderá explicar a adesão maciça a este grupo é o pagamento aos combatentes, os 400 Usd que auferem é muito mais do que recebem outros grupos jihadistas ou os soldados do exército sírio.
Inovadora é também a forma como comunicam, utilizando contas em redes sociais e exibindo vídeos das suas façanhas no Youtube.
A sua principal fonte de financiamento vem do petróleo pois apropriou-se de campos de produção e vende 48 mil barris por dia ,nada mais nada menos do que a Bashar Al-Assad, a turcos e curdos iraquianos. Tem também nas pilhagens, extorsão e cobrança de impostos nas regiões que controlam outra forma de ganhar dinheiro.
Se para a Al-Qaeda os responsáveis pela instabilidade no mundo islâmico são os Estados Unidos e as potências ocidentais, quem serão os infiéis para o Daesh?
Que motivos os levam a destruir monumentos considerados como património histórico da humanidade, como a Biblioteca de Mossul ou os vestígios arqueológicos de Assíria, importantes para todos nós.
Será que no Corão um livro sagrado que tem que estar acima de todos os outros na estante e que não se pode colocar saliva, vem a dizer que Alá ordenou que se pilhe e saqueie? Ou que um grupo de radicais se comporte como piratas terrestres essencialmente interessados em dominar e controlar um território que se dizia a alguns tempos atrás debaixo do jugo de um ditador….
Dizia acima que a religião é um campo de areias movediças a política também…. E nem sempre o que consideramos ser as nossas verdades funcionam em culturas das quais pouco sabemos ou temos dificuldade em entender.
Se em Setembro do ano passado Barack Obama criou uma coligação de 60 países para travar o Estado Islâmico o que continuamos a assistir é um aumento da sua importância e capacidade de recrutamento. O governo sírio escolhe quais as batalhas em que enfrenta o E.I, o iraquiano quer apoiar os líderes tribais fora da rede do Daesh para ajudá-lo a combate-lo.

Dá vontade de dizer, sem querer ferir susceptibilidades, que em algumas regiões fazem falta ditadores…..

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