The Boat People foi o nome dado aos vietnamitas que durante
1978-1979 fugiam da sua terra em botes/barcos apinhados de gente para escapar à
guerra, tinham como países de destino a Malásia, Indonésia, Tailândia entre
outros e como acontece nos dias que correm enfrentavam tempestades, piratas e
os perigos de embarcações sobrelotadas.
Desde o ano 2000 já morreram no mar Mediterrâneo 22 mil
deslocados e refugiados, a Europa voltou a preocupar-se com a situação quando
sensivelmente há 3 semanas morreram 900 pessoas às portas de Itália.
As razões apontadas para esta fuga desenfreada em direcção
ao velho mundo são as guerras, perseguições a fome e condições de vida
precárias. Os líbios, sírios, somalis, etíopes entre outros pagam a traficantes
por uma viagem que poderá ter como destino a morte ou na melhor das hipóteses
uma breve estadia num campo de refugiados seguida de extradição, é que não são
muitos os estados membros da União Europeia a acolhê-los, em 2014 a Alemanha
concedeu vistos de asilo a 173 mil pessoas seguida da Suécia com 75 mil e da
Itália com 63 mil.
Na cimeira de emergência de 23 de Abril os estados membros
decidiram reforçar os apoios monetários para as instituições que patrulham as
águas fronteiriças europeias de forma a tentar mitigar o acesso marítimo ilegal,
a estratégia é destruir os barcos, quanto ao que fazer aos milhares de
refugiados … silêncio é que os países europeus cada vez mais velhinhos, com
economias em crise e jovens também emigrantes têm agora partidos políticos de
extrema-direita a crescer e que são contra a imigração.
No meio disto tudo inquieta-nos que as nossas instituições
africanas não se pronunciem que não se tente encontrar uma solução para este
êxodo, que o velho mundo continue a representar uma “espécie de el-dorado” e
que mais uma vez sejam os outros a decidir nosso destino.
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