DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A RECOLHA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
A temática do ambiente foi
abordada no decorrer do mês de Janeiro, com a Cimeira de Davos a nível
internacional e a nível nacional com a semana promovida pelo Ministério do
Ambiente.
Pareceu-nos correcto abordar a
relação do desenvolvimento sustentável com a recolha de resíduos sólidos pois
este é um mal que a nossa capital enfrenta, já se começando a verificar os
efeitos nefastos com o surgimento de casos de febre-amarela.
O Relatório Brundtland de 1987
diz que desenvolvimento sustentável “é um
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.”
Este traduz-se nos desafios que colocam em parceria a administração e todos os
outros sectores da sociedade, promovendo a qualidade de vida numa perspectiva
integrada que engloba preocupações ambientais, sociais e económicas.
De lá para cá já se realizaram
vários encontros internacionais apelando à implementação de medidas que
salvaguardam o meio ambiente mas também o bem-estar das populações.
A Carta de Aalborg redigida em
1994, marca o início da Campanha das Cidades e Vilas Sustentáveis estabelecendo
um conjunto de valores e estratégias para alcançar o Desenvolvimento
Sustentável em áreas urbanas e define a necessidade de organizar uma campanha
que aposte no apoio e divulgação de políticas incentivadoras da
sustentabilidade.
Dez anos depois os Compromissos
de Aalborg identificam 10 princípios que levam à sustentabilidade sendo estes:
1. Governância
2. Gestão
local para a Sustentabilidade
3. Bens
Comuns Naturais
4. Consumo
Responsável e Opções de Estilo de Vida
5. Planeamento
e Desenho Urbano
6. Melhor
Mobilidade Menos Tráfego
7. Acção
Local para a Saúde
8. Economia
Local Dinâmica e Sustentável
9. Equidade
e Justiça Social
10. Do
Local para o Global
Como podemos verificar temos
ainda muitos desafios pela frente, no que concerne aos pontos 2; 4; 5; 6; 7; 8
e 9 mas não podemos apenas reclamar temos também enquanto sociedade civil que desempenhar
um papel mais activo.
Edilson Rosendo da Silva no seu
artigo “A Gestão do Lixo e os Seus
Reflexos na Construção de Cidades Sustentáveis” afirma que: a poluição causada pelos resíduos sólidos
pode ter como consequência riscos graves para o meio ambiente e desenvolvimento
sustentável, trazendo impactos socio ambientais tais como a degradação do solo,
a contaminação de lençóis freáticos, a diminuição da água no planeta, a
intensificação de enchentes, a poluição do ar atmosférico, a contaminação de
alimentos, para além da proliferação de vectores de transmissão de doenças.”
Utilizando a gíria: “Parece-nos
que alguns destes problemas nós já estamos com eles….”
A política de gestão de resíduos
em outros continentes aposta inicialmente numa redução da sua produção, mas
quando tal não é possível, reutiliza e valoriza os mesmos sendo a sua
eliminação em aterro considerada em último lugar, por não ser muito adequada em
termos ambientais.
Os resíduos poderão ter como
destino a Reciclagem, Compostagem, Incineração ou Aterros Sanitários.
A Reciclagem consiste na produção
de novos materiais a partir de materiais usados há que separa-los mediante a
sua tipologia (papel, vidro, metal) colocando-os em ecopontos que são
posteriormente levados para centros de triagem. A Compostagem é a utilização de
matéria orgânica na produção de fertilizante natural (composto). Já a
Incineração poderá levar à produção de energia eléctrica mas tendo sempre em
atenção a libertação de gases (que podem ser nocivos).
Nos Aterros Sanitários
acumulam-se os lixos provenientes da recolha indiferenciada e dos produtos da
incineração. A infiltração de poluentes no solo é impedida pela
impermeabilização e são evitadas doenças porque depois de uma camada de
resíduos o aterro é coberto com outra de terra.
Será que em tempo de
diversificação ter centrais de tratamento do lixo não poderá ser uma forma de
gestão sustentável e prevenção de desigualdade social pois criar-se-ão postos
de trabalho.
Poderão ser as Redes Sociais, tão
em voga nos dias que correm, espaços de sensibilização para a promoção de
actividades que visam um contributo do cidadão comum, como o rastilho de
pólvora da selfie no lixo que queria sensibilizar as autoridades para a
proliferação de detritos.
Consideramos ser de importância
vital uma aposta mais forte na sensibilização e criação de unidades de
separação do lixo, mas enquanto estes planos não são postos em marcha façamos a
nossa parte dobrando as caixas de cartão, tendo o cuidado de não juntar pilhas
e outros objectos electrónicos ao lixo doméstico e doando aquilo que se
encontra em bom estado mas que já não usamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário