Já a algum tempo que me limito a publicar as crónicas que escrevo intermitentemente para o jornal e deixei de fazer deste espaço o meu momento de desabafo.
Não parei ainda para contar que estou separada de R. e que todos os medos em relação a I.R não se concretizaram graças a Deus.
Desde então a minha vida não tem sido diferente, o que mudou é que fisicamente R já não está mas deixou ainda tanta coisa que deve ser retirada para que finalmente possa fechar o ciclo.
Hoje a caminho do trabalho F. perguntava-me se não sentia saudades ou se o meu coração não palpitava quando o via e respondi que não, pois não se pode sentir saudade do que nunca se teve... dai a conversa saltou para a vida de um amigo, ou que pelo menos considerava um amigo, e foi com tristeza que me apercebi que as pessoas vivem vidas de mentira. Como é possível alguém ser constantemente traída mas ainda assim aceita continuar essa relação? Como é possível uma pessoa dizer que a outra é mentirosa , logo com uma deficiência de carácter, e dizer ai mas é meu e somos muito bem casados?
Que mundo é este em que preferimos viver fingindo do que aceitar as nossas limitações e fraquezas?
Até que ponto vale salvar relações doentes e moribundas por imposição social, por apego ou por medo da solidão?
Estou só mas inteira, não aceito fingir ser o que não sou e viver para o bem parecer, estou em paz e isso já é parte do processo para que me possa conhecer verdadeiramente e trilhar o meu caminho...
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